3 passos simples para fazer um orçamento eficaz

Num outro artigo sobre finanças pessoais abordei 4 princípios básicos que devemos aplicar. Neste artigo irei desenvolver o primeiro ponto – planeamento – mas que, de certo modo, está relacionado com os outros (organização, execução e ajustamento).

Fazer um orçamento não tem que ser necessariamente uma tarefa complicada. Há quem pegue numa folha, a divida ao meio, e separe rendimentos de despesas; outros usam aplicações como MobillsOrganizze ou o Toshl; ou, ainda, o Microsoft Excel.

Basicamente um orçamento deve conter 3 rubricas: despesas, poupança e investimento. Esta é a trilogia de um orçamento eficiente.

Despesas

Este é o tema mais sensível em cada orçamento, mais até face ao que ganhamos. Porquê? Tendencialmente o nível de despesas de cada pessoa é proporcional ao nível de rendimentos. Desta forma o que ganhamos tende a estar equilibrado com as despesas.

É importante saber quais as despesas fixas e quando serão debitadas da conta. Com este passo concluído, chega o momento mais importante para saber o verdadeiro destino do dinheiro: pequenas despesas. Sim, as pequenas despesas podem transformar-se em grandes se não as ignorarmos. Aquelas despesas de “é só 0,50€” ou “Fica a 1€ por dia” (no final do ano fica, na verdade, em cerca de 360€)

Poupança

É de extrema importância ter um fundo de emergência que possa cobrir despesas inesperadas como a avaria de uma máquina de lavar roupa; avaria no carro ou a compra de um bom computador para se poder estar em teletrabalho.

O fundo de emergência deve equivaler entre 6 e 12 meses de despesas. Ou seja, imaginando que não se recebe um único cêntimo, deve-se ter o suficiente para fazer face a essa perda de rendimento. Neste momento de pandemia, viu-se a falta que fez este recurso.

Aos poucos, ir acumulando e a partir de certo valor, dividir uma parte que fique parado num depósito a prazo, em certificados de aforro ou do tesouro. De relembrar que o mais importante neste fundo não é a rentabilidade, mas a imediata disponibilidade e garantia. Tudo o que seja superior a 3 meses de despesas pode ser alocado a um fundo de investimento de baixo risco, tal como os fundos de obrigações ou monetários de curto prazo.

Investimento

Esta parte do orçamento deve compor-se em função do futuro longínquo. Ou seja, aquele período da reforma ou a partir de 10 anos, sendo alocado a produtos de maior risco. É dinheiro que deve ser “esquecido” nos próximos anos para que possa valorizar e gerar retornos interessantes.

Como o tempo está a favor e pode compensar possível perdas presentes, o ideal é alocar o valor em fundos de investimento com maior risco, ações ou ETF’s (melhor escolha face aos fundos de investimento pelos custos baixos e alta liquidez).

É aqui, também, que devem constar os PPR’s que servirão de complemento à reforma e outros investimentos que nos trarão mais rendimento através de dividendos ou da sua valorização.

Concluindo

Existem formas diferentes para se construir um orçamento e o ideal é aquele que melhor servir as necessidades de cada pessoa. Em todo o caso, deve conter planeamento para as despesas inesperadas (curto prazo) e retornos futuros (longo prazo) sem comprometer o presente. É muito importante ter um fundo de emergência e poupanças que permitam uma certa folga e independência para aguentar choques económicos, a mudança de emprego ou qualquer outro projeto pessoal

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